O leite materno é o alimento ideal para um bebê -- recomendado inclusive como única fonte alimentar até os 6 meses de idade pelo Ministério da Saúde e também pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Algumas mulheres, no entanto, não conseguem amamentar, e outras preferem não fazê-lo por uma série de motivos. Para esses casos, médicos e cientistas dedicaram anos de pesquisa para produzir fórmulas infantis que substituem o leite com qualidade e alto valor nutritivo.
As fórmulas infantis vendidas no Brasil são em forma de pó e vêm embaladas em latas. Você prepara a fórmula acrescentando medidas do produto (geralmente as latas de fórmula para bebês até 1 ano contêm colheres de medida) à água previamente fervida e resfriada. Dependendo do tipo de fórmula, o preço pode variar bastante.
A decisão sobre qual fórmula usar deve levar em conta o estado de saúde da criança, a idade e as necessidades alimentares, assim como o custo. Basicamente, há três tipos de fórmula: à base de leite, à base de soja e sem lactose.
Fórmula à base de leite
A maioria das fórmulas infantis é à base de leite de vaca modificado, para que se pareçam o mais possível com o leite materno. Os fabricantes modificam o leite de vaca para o consumo de bebês ajustando os níveis de carboidratos, proteínas e gordura, e acrescentando vitaminas e minerais. Há até algumas fórmulas para crianças prematuras, mas, antes de considerar essa opção, não deixe de conversar com seu pediatra sobre o uso de leite materno de bancos de leite.
A proteína do leite é bastante alterada nas fórmulas para tornar sua digestão mais fácil, já que os bebês só estarão aptos a digerir leite de vaca normal (integral) depois do primeiro ano de vida. Além disso, o leite comum não é recomendado por também ser pobre em ferro -- o que pode levar a uma anemia -- e vitamina C.
A qualidade das fórmulas melhorou muito na última década, porém a ciência ainda não conseguiu reproduzir os atributos singulares que fazem do leite materno o alimento mais indicado para o bebê.
Há no mercado alguns tipos diferentes de fórmula à base de leite de vaca, levando em conta, por exemplo, crianças maiores de 6 meses, mais "gulosas" e com uma capacidade digestiva melhor. O seu pediatra fará a indicação do momento certo para trocar de fórmula, porque uma troca cedo demais pode provocar constipação. E, se o bebê não parecer gostar da fórmula que você dá, converse também com o médico para discutir alternativas.
Existem também as fórmulas anti-refluxo, como o NAN AR, Aptamil AR e Enfamil AR, que são pré-engrossadas e no estômago do bebê tornam-se gelatinosas. São indicadas para bebês que não apresentam intolerâncias alimentares, mas sim imaturidade do esfíncter esofágico.
Fórmula à base de soja
A fórmula à base de soja é feita a partir de grãos de soja, acrescidos de vitaminas, minerais e nutrientes. Somente dê leite de soja para seu filho se o pediatra recomendar.
No caso de crianças com intolerância ou alergia à fórmula de leite de vaca, o médico realmente poderá indicar a fórmula à base de soja ou alguma à base de leite mesmo, mas que tenha sido mais modificado para não causar reações (ambas opções com o custo mais elevado). A intolerância mais comum é a intolerância à lactose (açúcar presente no leite), e a alergia mais frequente é à proteína do leite de vaca -- dois problemas totalmente diferentes.
E, para quem sofre com as cólicas do filho e pensa em fazer uma mudança para tentar resolver o problema, vale dizer que ainda não há provas conclusivas de que a troca para uma fórmula à base de soja ajude a confortar ou aliviar os sintomas da criança, mas alguns estudos indicam que talvez valha experimentar, sempre sob orientação médica.
Fórmula sem lactose
Se seu filho tiver intolerância à lactose -- o açúcar naturalmente presente na composição do leite -- ou não conseguir digeri-la, o pediatra poderá indicar este tipo de fórmula, em que a substância é substituída por outro açúcar, como o de milho, por exemplo.
Cuidados com a utilização de fórmulas
• Consuma a fórmula dentro do prazo de validade escrito na lata.
• Prepare a fórmula exatamente como o seu médico indicar. Se preparada fraca ou diluída demais, a fórmula pode prejudicar o crescimento ou levar a deficiências nutricionais na criança. No caso de dose maior que a prescrita, pode haver desidratação e problemas renais.
• Lave bem as mãos antes de preparar as mamadeiras e alimentar o bebê.
• Esterilize as mamadeiras antes de colocar a fórmula.
• Jogue fora o leite que sobrar na mamadeira. Germes e bactérias da saliva do bebê conseguem sobreviver e se reproduzir no líquido.
• Não refrigere a fórmula pronta, mesmo que não a tenha utilizado.
• Não aqueça a mamadeira no microondas, porque a temperatura do líquido não será a mesma em todo o conteúdo e poderá queimar a boca do bebê. Se quiser amornar a água que foi fervida e ficou fria, aqueça-a em um recipiente separado e depois transfira para a mamadeira, de preferência de vidro, sempre checando antes a temperatura no dorso da sua mão.
• Não engrosse a fórmula com cereal, exceto sob recomendação do pediatra.