A coqueluche, também conhecida como pertussis ou tosse comprida, é uma doença respiratória aguda que causa inflamação nos pulmões e vias aéreas. Provocada pela bactéria Bordetella pertussis ou Bordetella parapertussis, ela também atinge a traquéia, levando a uma tosse seca, forte e persistente.
A doença é conhecida pelo barulho típico ou "assobio" que as crianças fazem quando tentam respirar fundo entre os acessos de tosse.
Os primeiros sintomas começam a ocorrer após um período de incubação de entre sete e 12 dias.
A coqueluche normalmente começa com sintomas parecidos aos de uma gripe ou resfriado, como espirros, nariz escorrendo e uma tosse moderada, que pode durar até duas semanas antes de os acessos mais sérios de tosse acontecerem. Algumas crianças podem apresentar ainda febre, mas não necessariamente.
Em uma segunda fase da doença, geralmente aparece aquele som (espécie de apito) característico da coqueluche entre os acessos de tosse, e pode haver também vômitos, sangramentos, e, em casos mais graves, convulsões e até pneumonia. Esse período pode se estender por mais de um mês.
É comum que uma criança com coqueluche tussa por 20 ou 30 segundos sem parar e depois tenha dificuldade para respirar antes de uma nova crise de tosse atacar. Durante estes episódios de tosse, mais típicos durante a noite, os lábios e as unhas podem ficar azulados devido à falta de oxigênio. Um catarro bem grosso pode aparecer também junto com a tosse.
Observe bem seu filho com coqueluche para o caso de não conseguir respirar direito. Se isso acontecer ou se ele tiver vômitos contínuos, convulsões ou sinais de desidratação, corra para o pronto-socorro mais próximo.
Tenha paciência, porque esta é uma doença que pode se prolongar bastante! Uma vez que os sintomas melhorem, a recuperação completa pode levar até outro mês inteiro.
Existe um exame de laboratório para diagnosticar a bactéria Bordetella pertussis, que causa a coqueluche. O exame é feito colhendo-se um pouco de secreção do nariz e da garganta numa espécie de cotonete.
Mas, como o som da tosse da coqueluche é muito diferente do da tosse normal, os médicos muitas vezes conseguem fazer o diagnóstico só pelo exame clínico da criança. Mas somente o médico saberá dizer se se trata de coqueluche ou não. Exames de sangue também podem colaborar com o diagnóstico.
Em primeiro lugar é bom saber: coqueluche é uma doença altamente contagiosa. Seu filho pode ter contraído através do contato direto com alguém infectado pela bactéria ou por ter simplesmente respirado ar infectado pelos germes. A bactéria geralmente entra no corpo pelo nariz ou pela boca.
O contágio ocorre por gotículas respiratórias disseminadas no ambiente por tosse ou espirros de pessoas que muitas vezes ainda estão no estágio inicial da doença e nem apresentam o quadro da tosse típica.
Aqui no Brasil, as crianças são imunizadas contra a coqueluche ao tomar as cinco doses da vacina DTP Hib, que combate ainda tétano, difteria e infecções provocadas pela bactériaHaemophilus influenzae tipo b, a partir dos 2 meses até cerca de 6 anos. Esta vacina, conhecida como tetravalente, é parte do calendário oficial de imunizações, portanto é gratuita nos postos de saúde do governo.
A proteção contra a coqueluche vai aumentando a cada nova dose de reforço da vacina, assim sendo o risco de contrair a doença é bem mais baixo em crianças maiores do que nas menores (desde que estejam com o esquema de vacinação e reforços em dia).
No entanto, ao atingir a idade adulta, as pessoas tendem a perder a imunidade contra a doença, o que levou diversos países a adotarem uma imunização extra contra a doença, a tríplice acelular do adulto, a partir dos 12 anos (podendo ser tomada por adultos de qualquer idade).
Atualmente, no Brasil, só a rede privada de saúde disponibiliza esta vacina específica para crianças maiores ou adultos.
Os antibióticos ajudam a aliviar os sintomas da coqueluche se forem dados logo no começo da doença. Se forem administrados com um quadro mais evoluído, não necessariamente ajudarão a encurtá-la, mas, pelo menos, eliminarão a bactérias das secreções, impedindo que a doença se espalhe para outras pessoas.
Infelizmente, não há muito mais o que fazer para combater a coqueluche, que costuma durar bastante: de seis a 10 semanas.
Não dê xarope para o seu filho, a menos que por recomendação médica, já que a tosse é a forma que o corpo tem de limpar todo o catarro que se acumula nos pulmões. Ao bloquear esta reação natural do organismo, você pode comprometer a melhora da criança. Lembre-se que só um pediatra pode avaliar efeitos adversos potencialmente perigosos de medicamentos, especialmente em crianças com menos de dois anos.